sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O segredo das mulheres no banheiro

Postado por Aline Brito às 13:44

O grande segredo de toda mulher, com relação aos banheiros, é que quando pequena, quem a levava ao banheiro era sua mãe.
Ela ensinava a limpar o assento com papel higiênico e cuidadosamente colocava tiras de papel no perímetro do vaso e instruía:
- "Nunca, nunca sente em um banheiro público."
E, em seguida, mostrava "a posição", que consiste em se equilibrar sobre o vaso numa posição de sentar, sem que o corpo, no entanto, entre em contato com o vaso.
"A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, super importante e necessária, e irá nos acompanhar por toda a vida. No entanto, ainda hoje, em nossa vida adulta, "a posição" é dolorosamente difícil de ser mantida quando sua bexiga está quase estourando.. .
Quando você TEM que ir ao banheiro público, você encontra uma fila de mulheres, que faz você pensar que o Brad Pitt deve estar lá dentro.
Você se resigna e espera do lado de fora, sorrindo para as outras mulheres que também estão com braços e pernas cruzados na posição oficial de "estou me mijando".
Finalmente, chega a sua vez de entrar no banheiro. Isso, se não entrar a típica mamãe com a menininha que não pode mais se segurar.
Aquilo está uma loucura. É uma multidão de mulheres falando ao mesmo tempo. O barulho algumas vezes é ensurdecedor.
Você, então, verifica cada cubículo por debaixo da porta para ver se há pernas.

Todos estão ocupados.

Quando milagrosamente, um se abre, você se lança em sua direção quase puxando a pessoa que está saindo.

Você entra e percebe que o trinco não funciona (nunca funciona); não importa... você pendura a bolsa no gancho que há na porta e se não há gancho (quase nunca há gancho), você inspeciona a área... o chão está cheio de líquidos não identificados e você não se atreve a deixar a bolsa ali. Então, você a pendura no pescoço enquanto observa como ela balança sob o teu corpo. Sem contar que você é quase decapitada pela alça porque a bolsa está cheia de bugigangas que você foi enfiando lá dentro, a maioria das quais você não usa, mas que você guarda porque nunca se sabe...
Mas, voltando à porta... Como não tinha trinco, a única opção é segurá-la com uma mão, enquanto, com a outra, abaixa a calcinha com um puxão e se coloca "na posição".
Alívio...... AAhhhhhh.... . finalmente.
É exatamente nesse momento, que os teus músculos começam a tremer...
Porque você está suspensa no ar, com as pernas flexionadas, a calcinha cortando a circulação das pernas, o braço fazendo força contra a porta e uma bolsa de 5 kg pendurada no pescoço. Só por isso.
Você adoraria sentar, mas não teve tempo de limpar o assento nem de cobrir o vaso com papel higiênico. No fundo, você acredita que nada vai acontecer, mas a voz de tua mãe ecoa na tua cabeça "jamais sente em um banheiro público!!!" e, assim, você mantém "a posição" mesmo com o tremor crescente nas pernas...
Para completar o quadro, por um erro de cálculo na distância, um jato finíssimo salpica na tua própria bunda e molha até tuas meias!!!
Por sorte, não molha os sapatos.
Adotar "a posição" requer grande concentração.
Para tirar essa desgraça da cabeça, você procura o rolo de papel higiênico, maaassss, para variar, o rolo está vazio...!
Então, você pede aos céus para que, nos 5 kg de bugigangas que você carrega na bolsa, haja pelo menos "um" mísero lenço de papel.
Espera! Mas, para procurar na bolsa, você tem que soltar a porta...
Você pondera por um momento mas, não tem outra opção...

E, assim que você solta a porta, alguém a empurra e você tem que freiá-la com um movimento rápido e brusco enquanto grita:
- "TEM GEEEENNNTE!! !"
Ok, agora todas as mulheres esperando lá fora ouviram o recado e você pode soltar a porta sem medo, pois ninguém tentará abrí-la novamente (nisso, nós, as mulheres, nos respeitamos muito) e você pode procurar seu lenço sem angústia.
Você gostaria de usar todos que encontra, mas quão valiosos eles são em casos similares e você sabiamente guarda um, por via das dúvidas.
É, você já está contando os segundos que faltam para sair dali... e suando, é claro, porque está vestindo o casaco, já que não há gancho na porta ou cabide para pendurá-lo.
É incrível o calor que faz nesses lugares tão pequenos e nessa posição de força que parece que as coxas e panturrilhas vão explodir.
Às vezes, a dor vira cãibra. Isso sim, é punk!!!
Sem falar no galo na cabeça por causa da porrada que você levou quando tentaram abrir a porta, da dor na nuca pela alça da bolsa pesada, do suor que corre da testa, das pernas salpicadas.. .
A lembrança de sua mãe, que estaria morrendo de vergonha se a visse assim, porque sua bunda nunca tocou o vaso de um banheiro público, porque, francamente, "você não sabe que doenças você pode pegar ali"...
Você está exausta.
Ao ficar em pé, você não sente mais as pernas. Você acomoda a roupa rapidíssimo e tira a alça da bolsa por cima da cabeça!...
Você, agora, abre caminho até a pia, para lavar as mãos.
Está tudo cheio de água, por isso você não pode soltar a bolsa nem por um segundo.
Em outra super manobra 'feminina', você a pendura em um ombro, retorce a coluna, ficando na posição de 'Corcunda de Notre Dame', para evitar que a bolsa escorregue para baixo do filete de água... ou na pia molhada... e não sabendo como funciona a torneira automática, você faz salamaleques com a mão até que consiga fazer sair um filete de água fresca e estende a mão em busca de sabão (quase nunca tem sabão).
O secador, você nem usa. É um traste inútil. Consciência ecológica nessas horas te dá nos nervos! Que saudade da boa e velha toalha de papel. Sem contar que ela te salvava muitas vezes quando o bendito lencinho de papel acabava...
Enfim... você seca as mãos na roupa porque nem pensar usar o último lenço de papel que sobrou na bolsa, para isso.
Você então sai.
Sorte se um pedaço de papel higiênico não tiver grudado no sapato e você sair arrastando-o, ou pior, a saia levantada, presa na meia-calça, que você teve que levantar à velocidade da luz, deixando tudo à mostra!
Nesse momento, você vê o seu amigo que entrou e saiu do banheiro masculino e ainda teve tempo de sobra para ler um livro enquanto esperava por você.
- "Por que você demorou tanto?" pergunta o idiota.
Você se limita a responder

- "A fila estava enorme".
E esta é a razão porque nós, as mulheres, vamos ao banheiro em grupo. Por solidariedade, já que uma segura a tua bolsa e o casaco e te socorre com o lencinho, a outra segura a porta e assim fica muito mais simples e rápido, já que você só tem que se concentrar em manter "a posição" e a dignidade.
Obrigada a todas as amigas que já me acompanharam ao banheiro.

5 comentários:

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkk...tô rindo aqui Aline. Nós, homens, não tínhamos noção do quão difícil e engraçado é a ida de uma mulher ao banheiro. Muito bom! Adorei! bjão! Bruno Azevedo

Aline Brito on 26 de fevereiro de 2010 às 15:52 disse...

Pois é, pense aí. hihihihi. Valeu, Brunoooo.

Aline Brito on 26 de fevereiro de 2010 às 15:53 disse...

Ah, esqueci de dizer que é sugestão de Julianna. Brigaduuu.

Leila Arruda on 27 de fevereiro de 2010 às 11:51 disse...

kkkkkkkkkkkkkk
Tinha de ser...
Me acabei,passou um filme em minha cabeça...kkk
Mas enfim...é assim mesmo que funciona.
Até Ju colaborando,heim???hahaha
bjssss

Leninha Soares on 15 de março de 2010 às 22:43 disse...

rsrsrs


Muito bom, perfeita descrição!! rsrsrs

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