quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sobre a (quase) inutilidade das coisas

Postado por Aline Brito às 11:56
Dia desses vi uma reportagem, grande, detalhada, sobre o processo de fabricação das rolhas. (Isso mesmo, aquela rolha que fecha as garrafas de vinho). Gente, é muita rolha, muito gasto, muito trique-trique pra fazer aquilo. Não acredito que existe garrafa pra tanta rolha. O pior, saber que eu estudei tanto e o cara que retira o material da casca da árvore pra fazer rolha ganha muuuuuuuuuuuuito mais que eu!!!!
Outro dia conheci um cara, um cara meio doido, que apareceu do nada e já foi dizendo: "As mulheres são burras, estudam pra virar o que? professora! Você faz o que?" Eu disse: "Eu sou professora". Ele: "Então você ganha menos que um peão meu"...
Não estou dizendo que não vale a pena estudar; longe de mim pensar isso. Mas gosto de saber que o que eu faço tem utilidade, é importante, vai ajudar alguém. Porém observo que tem tanta coisa por aí estranha, inútil, que me admiro.
Já ouvi dizer que em alguns países o creme dental (pasta de dente como costumo dizer) não tem caixa. É vendido na embalagem diretamente, e seria desperdício aquela caixa.
Sei que tem gente que discorda de mim, mas vou citar algumas coisas que acho inúteis:
Capa de sofá, por exemplo. Pra que aquilo? Se você quer esconder algum defeito do tecido do sofá, por que vai cobrir com uma capa horrorosa? Já que é pra melhorar a aparência, gostaria de avisar que aquelas capas não melhoram. E lembre-se de que aquilo custa dinheiro. Tem coisa que você usa pra ficar mais bonita e não fica. Já li uma piada em que o filho pergunta à mãe por que ela usa batom, e ela explica: "É pra ficar mais bonita, filho". Ele diz: "E por que não fica?". Vexame isso.
Tecla sustenido (#): no seu telefone tem essa tecla? no fixo? Na empresa em que trabalho tem também o asterisco, mas esse serve pra transferir ligação, já o sustenido... Desculpem a minha ignorância. No celular, por conta da digitação de mensagens, pelo menos no meu aparelho a tecla serve pra colocar as letras em maiúscula. Mas isso inventaram dia desses, antes não tinha isso não, a tecla tava lá e nada... Como eu estidei música, o sustenido tem lá uma função clara, claríssima, importante. Fora daí, não entendo.
Quebra-nozes: segundo o dicionário Houaiss, utensílio de metal formado de duas hastes dispostas à maneira de tenaz e us. para quebrar nozes, avelãs etc. Eu tenho um desses na minha casa, mas vocês já sabem que como cozinheira sou uma ótima pianista. Então pra que aquilo? Pior que muita gente tem. Agora me digam: quem aí já quebrou nozes? Eu pelo menos só vejo nozes na época do Natal e olhe lá. E as minhas já vejo quebradas, abertas, prontas pra mastigar. Alguém lá na fábrica é que usou o tal quebra-nozes por mim. Ainda bem.
Corretivo facial: eu uso diariamente. Mas o problema é que eu passo o corretivo, espalho com um pincel pra disfarçar que estou com corretivo, cubro com pó pra também disfarçar o corretivo, e por último o blush pra dar um colorido saudável que o pó não tem; aí fico com o rosto verde! Então pra que usar, se depois eu quero esconder que tô usando? Eu achava que ficava estranho, mas, sério, minha sobrinha disse que eu tava com a cara verde! Se era pra esconder as olheiras e ficar parecendo a tia do Incrível Huck, talvez fosse melhor deixar como estava.
Segurador de bolsa para mesa de restaurante: pedi opinião a uma amiga sobre o assunto e ela disse isso. Realmente, aquilo tem uma serventia principal: perder. Quem tinha já esqueceu em algum lugar e pronto, já era. É tão importante que nunca compra outro pra repor. E mais, é meio pagação, não acha?
Opinem. O que vocês acrescentam nessa lista?

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