segunda-feira, 3 de maio de 2010
Eu não cachorro
Em Buenos Aires, no Camenito, uma espécie de Pelourinho argentino, num restaurante, percebi que os garçons chamavam uns aos outros de uma maneira muito peculiar: faziam um barulho como se estivessem jogando beijo... "Smuac! smuac!", e eles se entendiam direitinho... O problema é que aqui no Brasil, ou aqui na minha região, pelo menos, isso pode ser interpretado como uma maneira de chamar animais de grande porte, ou seja, é o som que usam pra "tocar jegue". rsrsrs. Mesmo assim, eu, como sempre, tenho de aprontar alguma. Não sei ficar quieta, e minha curiosidade me incentiva a isso, resolvi experimentar essa diferente técnica de comunicação: esperei o garçon chegar perto de mim, ajustei o bico e soltei um sonoro "smuac!" Minha amigas não acreditaram. O garçon olhou pra mim, espantado e gritou: "Eu não sou cachorro" (tudo em espanhol, viu, gente, mas é que não sei espanhol. Imaginem a confusão). Aí eu tentei, em portunhol, explicar: "Mas você chamou o seu colega garçon assim." Ele explicou: "Eu posso chamar o colega assim, ele pode me chamar, mas você não pode. Não pode! É feio! É feio!". Aí, com essa baita bronca na cara, pedi desculpa e me recolhi na minha mesinha de restaurante, calada, já que eu podia dormir sem essa. O bom no final é que o garçon entendeu a divergência cultural, minha amiga explicou que aqui se chama assim não cachorro, mas jegue, e ele levou tudo na brincadeira. E o beijinho ficou marcado na história da viagem.
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2 comentários:
Detalhe: o cabelo do garçon é igual ao de Inri Cristo. Pense...
E antes de sair do restaurante, todas as cinco amigas, turistas em Buenos Aires, jogaram beijo juntas para o garçon Inri...
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